Marília / SP - sexta-feira, 19 de abril de 2024

Diabetes melitus

Eu tenho diabetes. E agora?

 

Cerca de 16 milhões de brasileiros são diabéticos, o que representa cerca de 8% do total de nossa população. Mais de 18 milhões de americanos têm diabetes e outros 41 milhões têm o chamado pré-diabetes. Você não está sozinho.

 

 

Ter diabetes é estar em uma situação complexa, mas a boa notícia é que você pode prevenir ou retardar as complicações desta doença com pequenas mudanças em seu estilo de vida. Leva tempo para adquirir as habilidades necessárias para controlá-la, mas existem especialistas que podem te ajudar. Pergunte ao seu médico onde encontrá-los. Outra opção são os grupos de suporte em diabetes, nos diversos sites de interesse existentes. Você se surpreenderá com tudo que pode aprender e verá como é fácil controlar as alterações na sua glicemia. Tudo isso vai contribuir para a melhoria no seu estilo de vida. Portanto, é necessário que você tenha uma noção básica do que está vivendo. Aqui estão algumas informações relevantes.

 

O que é pré-diabetes?

É uma condição em que os níveis de glicose são mais altos que o normal, mas não tão altos para dar o diagnóstico de diabetes tipo 2 (o tipo mais freqüente). Pessoas com pré-diabetes têm maiores riscos para desenvolver diabetes tipo 2, doenças do coração e derrames (acidentes vasculares cerebrais). Uma vez cientes desta condição, podem iniciar medidas preventivas.

 

O que é diabetes?

Diabetes melito tipo 2 é o tipo mais comum nos Estados Unidos. Ele afeta quase 90% das pessoas que têm diabetes. Ocorre quando o nível de glicose (açúcar) no sangue fica muito alto. A glicose é o combustível que as células do corpo usam para obter energia. O diabetes tipo 2 ocorre quando não há produção suficiente de insulina por um órgão chamado pâncreas ou porque o corpo se torna menos sensível à ação da insulina que é produzida - a chamada resistência à insulina. A insulina ajuda o corpo a levar a glicose para dentro das células. A maioria das pessoas que têm diabetes do tipo 2 apresentam idade superior a 40 anos, possuem sobrepeso e estão fora de forma. O controle de peso, o aumento da atividade física e, em alguns casos, o uso de medicamentos pode melhorar os níveis de glicose no sangue. O diabetes não pode ser curado, mas pode ser controlado. Controlando os níveis de glicose no sangue, as complicações do diabetes, como doenças do coração, cegueira e complicações renais podem ser prevenidas ou postergadas.

 

Objetivos do tratamento

O objetivo principal do manejo do diabetes é o controle dos níveis de glicose no sangue. Este nível deve ser mantido entre 80-120 mg/dl antes das refeições, segundo a Associação Americana de Diabetes. Seu médico irá recomendar o nível desejado para você. Mantendo seu nível de açúcar no sangue o mais próximo possível do seu alvo, você vai conseguir manter-se saudável. Outros objetivos recomendáveis para pessoas que têm diabetes são a redução dos níveis de pressão arterial e a diminuição dos níveis de colesterol e de triglicérides (gorduras no sangue). Se eles estiverem altos, você corre mais risco de sofrer um problema no coração ou um derrame. Para os diabéticos fumantes, a melhor opção é parar de fumar. Este hábito acelera todos os problemas associados ao diabetes, porque diminui o fluxo sangüíneo e a oxigenação das células. Outro cuidado é evitar o uso de medicamentos que podem agredir o pâncreas como cortisona e diuréticos tiazídicos.

 

Problemas dietéticos

A escolha da sua alimentação vai afetar o controle do seu diabetes. Alimentos que contenham açúcar natural ou adicionado vão alterar mais os seus níveis de glicose que os alimentos que têm principalmente proteína e gordura. Um nutricionista pode ajudá-lo a preparar um planejamento de refeições saudáveis com uma variedade de alimentos, levando em conta seus alimentos prediletos.

 

Controlar a quantidade de calorias ingeridas é importante para o controle do diabetes. Uma perda de peso de apenas 5 a 10 quilos pode fazer grande diferença no controle de seu nível de glicose sangüínea e de sua pressão arterial. Beber bastante água, ingerir alimentos ricos em fibras e comer menos gorduras irá ajudar. Observar a ingestão de sal (sódio) também auxilia se você têm pressão arterial alta (hipertensão). Limitar a ingestão de gorduras sólidas ajuda a controlar seus níveis de colesterol.

 

A maioria das pessoas pensa que comer a mesma quantidade de alimentos em tempos mais ou menos idênticos a cada dia ajuda a controlar seus níveis glicêmicos. Pular refeições é uma má idéia, especialmente se você usa medicamentos para diabetes. A falta de uma refeição também pode fazer com que você coma mais na próxima refeição, aumentando o ganho de calorias. Você não precisa comprar alimentos especiais para diabéticos. O planejamento de suas refeições com um nutricionista vai ser bom para você e para toda a sua família.

 

Fazer uma atividade física é muito importante

Níveis sangüíneos adequados de glicose e controle de peso são difíceis de serem alcançados sem uma atividade física regular. Atividades físicas podem incluir apenas uma maior movimentação no seu dia-a-dia, dirigir menos e andar mais, trocar o elevador pelas escadas, fazer serviços de jardinagem ou passear com o seu cachorro. Todas elas aumentam o gasto de calorias.

 

Um programa de atividade física regular também é muito bom. Para a perda de peso, exercícios que aumentam a freqüência cardíaca de acordo com limites estabelecidos para a sua idade ajudam a obter melhores resultados. Boas escolhas são caminhadas em ritmo acelerado, natação, exercícos aeróbios na água e ciclismo. Se você não está se exercitando regularmente ultimamente, visite um médico antes de começar. Os resultados deste checkup ajudarão a escolher a atividade mais apropriada para você. O objetivo é fazer mais de alguma coisa que você goste. Você deve praticar atividades físicas pelo menos 5 dias na semana. Exercícios com seu parceiro(a) ou com um grupo de amigos pode ajudar a aumentar sua atividade física e seu prazer. Você vai conhecer melhor seus níveis de glicose quando praticar seus exercícios sempre no mesmo horário do dia.

 

Monitorização dos níveis de glicose sangüínea

A monitorização da sua glicemia é o único meio de saber se o seu diabetes está sob controle. A sua equipe médica lhe dirá a freqüência com que ela deve ser checada. Estas informações vão lhe ajudar a ver padrões de controle do seu diabetes. Se você tiver três valores nos mesmos horários a cada dia que estiverem acima ou abaixo do seu alvo, você pode mudar a sua alimentação, exercícios ou medicações habituais. Registrando suas medidas de glicemia, o que você come, o que você fez neste dia e quanto de medicamento você tomou ajudará você a identificar outros padrões.

 

Há muitos monitores de controle disponíveis. Um farmacêutico ou um especialista em diabetes pode te ajudar a decidir qual o melhor para você. Sempre leve o seu monitor e o registro de suas glicemias com você quando for visitar o seu médico. Eles podem testar se seu monitor está funcionando perfeitamente e se você está checando-o corretamente. Também é válido levar anotadas as medicações que está usando ou, se usa insulina, qual a dose e os horários habituais. Para isso, guarde as prescrições de seu médico e exija dele que seu receituário seja feito de maneira legível.

 
O QUE FAZER EM UMA HIPOGLICEMIA?
 

 

Reconhecimento, tratamento e
prevenção
da hipoglicemia (glicose baixa no sangue)

 

 

A hipoglicemia ocorre quando a glicose no sangue fica menor que 60 mg / dl. Isso geralmente acontece devido a:

 
-alimentação insuficiente; atraso no horário ou esquecimento de alguma refeição;

  • excesso de insulina;
  • excesso de exercícios (esportes e trabalhos pesados) ou falta de planejamento para a realização de exercícios;
  • ingestão de bebidas alcoólicas, principalmente com estômago vazio;
  • vômitos ou diarréias.

 

             Os sinais e sintomas da hipoglicemia leve e moderada incluem: tremores, fraqueza, suor intenso, palpitações, ansiedade e fome. Nas hipoglicemias mais severas a pessoa diabética pode apresentar tontura, visão dupla, esquecimento, incapacidade de concentração,dor de cabeça, irritabilidade, choro, rebeldia, fala confusa, confusão mental,
perda da coordenação motora, dificuldade para caminhar, sonolência, convulsões
e inconsciência (coma).

 

Nas hipoglicemias leves e moderadas—menor que 60 dar a dieta

 

  • verificar a glicemia (glicose no sangue) e se estiver menor que 40mg / dl tomar 1 copo (150 a 180 ml) de suco natural de frutas, ou 1 copo
    (150 a 180 ml) de refrigerante normal ou,
    2 a 3 tabletes de açúcar, ou
    3 colheres (chá) de açúcar, ou 3 colheres (chá) de geléia normal. Esperar
    15 minutos e verificar novamente a glicemia ou a regressão dos sintomas;
  • Se a glicemia continuar menor do que 60 mg / dl ou persistir os sintomas, repetir o tratamento;
  • Após o desaparecimento dos sintomas fazer um pequeno lanche (1 fatia de queijo com 4 bolachas salgadas ou um copo de leite integral ou meio sanduíche).

 

Nas hipoglicemias mais graves

 

  • Se o paciente estiver sonolento e sem vontade ou
    recusando ingerir alimentos ou líquidos, esfregar açúcar na parte de dentro da
    bolacha.
    -Quando o paciente já não faz contato com meio, não responde aos chamados, apresenta convulsões ou inconsciência, administrar o GLUCACON, conforme a orientação da equipe de diabetes ou levar ao pronto socorro.
  • Para impedir que novos
    episódios de hipoglicemia ocorram é de extrema importância:

 

  • alimentar-se em quantidade adequada e em
    horários regulares, conforme a orientação do nutricionista (não atrasar ou
    deixar de fazer as refeições);
  • verificar a glicemia com regularidade;
  • ingerir alimentos habituais antes da realização
    de exercícios;
  • ingerir proteína (queijo, por exemplo) quando o
    exercício for de longa duração;
  • o consumo de álcool deve ser evitado e se
    consumido, deve ser na dose recomendada e sempre junto a refeições;
  • tratar rapidamente os sintomas;
  • carregar sempre algum alimento (recomendado para
    o tratamento) e um cartão de identificação;
  • ensinar as pessoas sobre hipoglicemia.

 

                                       
GLUCAGON

 

O que é glucagon?

Glucagon é um medicamento que aumenta o açúcar (glicose) no sangue. É uma injeção que é usada quando o paciente está com o açúcar baixo no sangue e não consegue engolir ou está inconsciente.

 

Quem precisa de glucagon?

Qualquer pessoa que toma insulina corre o risco de ter hipoglicemia (açúcar baixo no sangue) e portanto deveria ter glucagon para ser usado nas situações de emergência. Algumas pessoas não apresentam ou têm dificuldade em identificar os sinais ou sentir os sintomas de hipoglicemia.
Estas pessoas estão mais propensas a ter hipoglicemia mais graves.

 

Como o glucagon é administrado?

Uma prescrição médica especificando a dose necessária para este medicamento. Os pais, parentes ou amigos necessitam ser treinados para aplicar a injeção de glucagon. O educador em diabetes deverá fazer este treinamento antes quem uma emergência aconteça.

O glucagon deve ser preparado e aplicado da seguinte maneira:

  • fazer a limpeza do gargalo da ampola com algodão embebido em álcool,
  • envolver o gargalo com algodão e quebrar a ampola,
  • aspirar o diluente contido na ampola, com a seringa de insulina,
  • fazer a limpeza da borracha do frasco-ampola com algodão embebido no álcool e injetar o diluente aspirado,
  • agitar suavemente o frasco e retirar a dose prescrita do medicamento (geralmente metade da dose para crianças com menos de 20 kg e dose total para aqueles com mais de 20 kg),
  • aplicar a injeção com a insulina, preferencialmente nas coxas sem a realização da prega cutânea, apenas esticando a pele.

Após a aplicação do glucagon, a pessoas deve ser colocada de lado pois náuseas e vômitos podem ocorrer. O glucagon pode ser mantido em temperatura ambiente. A data de validade deve ser sempre observada.

 

Observações importantes:

Assim que a pessoa estiver acordada e com condições de engolir ofereça um copo (150 a 180 ml) de suco natural de fruta ou refrigerante normal e um pouco mais tarde ofereça um lanche contendo carbohidratos e proteínas como bolacha salgada com queijo.

Verifique a glicemia e se a mesma continuar baixa levar ao pronto socorro.

Se os episódios de hipoglicemia estiverem freqüentes entrar em contato com a equipe de diabetes pois é provável que haja necessidade de ajustes nas doses de insulina.

 

 Hiperglicemia e cetoacidose diabética

Reconhecimento, tratamento e prevenção da hiperglicemia (glicose alta no sangue)

 

            A hiperglicemia: ocorre quando a glicose no sangue fica maior que180 mg / dl. Isso geralmente acontece devido a:

  • excesso de alimentação.
  • pouca quantidade de insulina, esquecimento da aplicação ou uso de insulina vencida;
  • estress físico e emocional intensos;
  • inatividade física ou redução na atividade física habitual;
  • prática de exercícios físicos com glicemia elevada e presença de cetonúria;
  • uso de drogas hiperglicemiantes;
  • gravidez, TPM.

 

            Os sinais e sintomas da hiperglicemiaincluem: muita sede, boca seca, aumento excessivo da quantidade de urina, hálito cetônico, dor abdominal, rubor facial, náuseas e vômitos, respiração rápida e profunda, dor de cabeça, visão turva, fadiga, perda de peso, alterações do humor, sonolência e prostração.
Quando isso acontece os seguintes cuidados devem ser realizados:

  • verificar a glicemia capilar (glicose no sangue) a cada 3 horas e se maior que 250mg / dl, fazer cetonúria (dosagem de cetonas na urina);
  • caso a dosagem de glicemia capilar (glicose no sangue) não seja possível, verificar glicosúria ( glicose na urina) e cetonúria (cetonas na urina) de hora em  hora;
  • se a glicemia estiver maior que 250mg / dl e a glicosúria maior que 1000mg / dl com cetonúria presente, entrar em contato com a equipe de diabetes, pois nestas condições uma dose extra de insulina regular ( de ação rápida) geralmente é necessária;
  • ingerir água em pequenas quantidades a cada 20 ou 30 minutos ( 180ml a cada hora);
  • não interromper, de forma nenhuma, o tratamento com insulina;
  • tratar a doença febril ou traumática sob orientação médica;
  • entrar em contato com a equipe de diabetes se: a glicemia permanecer maior que 240mg / dl, por mais de 2 dias; a cetonúria continuar presente; o vômito, a  prostração e a sonolência persistirem;ou se  tiver qualquer dúvida.

Para impedir que novos episódios de hiperglicemia ocorram é de extrema importância:

 

          -reavaliar plano alimentar com o nutricionista e a equipe de diabetes;

         -reavaliar o esquema de insulinoterapia e de antidiabéticos orais com o médico e a equipe de diabetes;

         - tratar precoce e adequadamente as doenças intercorrentes;

          - verificar a glicemia e a cetonúria antes da realização de exercícios físicos;

          - não realizar exercícios físicos se a hiperglicemia estiver acompanhada de cetonúria.


 

Escolha de medicamentos

Novos medicamentos para diabetes aparecem todos os dias. Seu médico vai decidir qual a medicação mais apropriada para você. Algumas pessoas com diabetes tipo 2 podem controlar a glicemia apenas com mudanças na alimentação ou com o aumento de atividades físicas, sem necessitarem usar medicações ou insulina por um longo tempo. As medicações precisam de modificações periódicas. Por isso, você pode ter que mudar de remédios mais de uma vez. A monitoração das glicemias é essencial para decidir quais as melhores medicações a serem adotadas.


 

Cada tipo de comprimido para diabetes funciona de maneira diferente. Eles não são insulina. Dentre os variados efeitos destes remédios podemos destacar a produção de mais insulina pelo pâncreas, a diminuição da absorção de carboidratos e o aumento da sensibilidade do organismo à ação da insulina. Você pode necessitar de um ou mais destes medicamentos para controlar sua diabetes.


 

Às vezes o controle glicêmico só é obtido com injeções de insulina. Algumas pessoas necessitam receber esta substância ao mesmo tempo em que fazem uso de medicamentos. A freqüência com que você recebe insulina depende de quanto o seu corpo ainda produz e de como o seu médico pretende controlar o seu nível glicêmico. Tipos diferentes de insulina têm tempo de ação diferente. Sua equipe médica dirá quanto de cada tipo você necessita e com que freqüência.

 

É importante aprender a técnica correta de uso das injeções de insulina e sempre modificar o local do corpo onde são aplicadas para evitar problemas degenerativos. Os melhores locais para aplicação são a barriga, exceto a área de 5 cm ao redor do umbigo; região superior das nádegas, face anterior e lateral das coxas, região lateral e posterior do braço.

 

A utilização de canetas de administração de insulina tem facilitado para o indivíduo diabético atingir um bom controle glicêmico. A precisão das doses administradas, associada à grande satisfação dos usuários deste método de aplicação, tem disseminado seu emprego em todo o mundo.

 

Mude seus hábitos e viva tranqüilo

Receber o diagnóstico de diabetes atualmente significa readaptar hábitos e estilo de vida. Os avanços científicos na área possibilitam tratamentos para todos os tipos de casos. Esta é uma oportunidade para você prestar mais atenção à sua saúde e adquirir responsabilidades sobre as mudanças que podem conduzir a vários anos de vida melhor aproveitados.

 

Baixe o dicionário de termos em diabetes: DicionarioDiabetes.pdf

SITES DE CONFIANÇA PARA PESQUISA EM DIABETES 

 

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www.anad.org.br

www.juntosnodiabetes.com.br

www.diabetes.org.br

www.diabetesemequilibrio.com.br